Biólogo mostra resgate de animais silvestres e conscientiza população através das redes sociais
Ele utiliza a ferramenta Instagram para ensinar sobre as espécies e como as pessoas devem agir ao encontrar um animal fora de seu habitat natural
Se você abrir a porta da máquina de lavar roupa e se deparar com uma cobra ou, de repente, perceber que há um gambá invadindo seu quintal, sabe o que fazer? Pode até levar um susto, mas cuidado para não apavorar o animal! Procure ajuda especializada. O biólogo Christian Raboch, que atua na Fundação Jaraguaense de Meio Ambiente de Jaraguá do Sul/SC, percebeu que muitas pessoas não sabem como agir ao encontrar um bichinho fora da natureza, então decidiu compartilhar o dia a dia dos resgates de animais silvestres nas redes sociais (@biologo.christian). O resultado? Milhares de seguidores interessados no trabalho e muitas mais pessoas conscientizadas sobre a importância da preservação das espécies.
Em entrevista ao blog da Fórmula Animal Farmácia de Manipulação Veterinária, o biólogo explica um pouco mais sobre o trabalho e como surgiu a ideia de compartilhar a rotina nas redes sociais.
Todos os dias Christian Raboch atua, ao lado dos colegas da Fujama, no resgate de animais silvestres que saíram de seu habitat natural e acabaram invadindo casas ou empresas, para devolvê-los em segurança à natureza. Ele comenta que foi divulgando aos poucos que existe esse tipo de trabalho através das redes sociais e logo o retorno já foi positivo. “As pessoas se interessavam, perguntavam qual era o animal, onde vivia e o que comia. E com isso, começamos a publicar cada vez mais essas capturas e vimos também o número de chamados para resgates aumentando. O pessoal foi tomando consciência e ligando para os órgãos responsáveis, ao invés de matar o animal”, diz.
Infelizmente, por medo ou até falta de conhecimento, muitas pessoas acabam sacrificando cobras, gambás, entre outros animais, que invadem as residências. E é também para criar essa consciência e difundir conhecimento sobre os animais que o biólogo utiliza as redes sociais. Sempre que publica uma foto do animal resgatado, ele dá explicações sobre a espécie, características e modo de viver. Além disso, reforça a importância de se devolver o animal em segurança para a natureza e que a responsabilidade de preservação é de todas as pessoas.
Para o biólogo, compartilhar a rotina com a comunidade é essencial para envolver as pessoas na preservação. “É muito importante porque antes elas acabavam sacrificando o animal por não saberem o que é. Agora, tendo conhecimento e sabendo que há gente capacitada para trabalhar no resgate, elas têm a quem recorrer”, enfatiza.
Entre inúmeros resgates realizados, em 2020 foram 441 chamados, Christian já viu de tudo: gambá no motor do carro, cobras dentro de máquina de lavar roupa e até capivara dentro de fábricas. O resgate mais exótico foi de uma cobra Corre-campo (Philodryas nattereri) no filtro de ar de um automóvel. A espécie, que não é natural de Santa Catarina, provavelmente viajou mais de dois mil quilômetros no veículo no trajeto do Nordeste para o Sul do país. Cada resgate é compartilhado de maneira muito divertida e didática no perfil na rede social.
Para onde vão os animais resgatados?
Tudo vai depender do animal e do estado de saúde dele. O biólogo Christian Raboch comenta que a maioria dos animais resgatados em Jaraguá do Sul são soltos em áreas longe da movimentação urbana e em meio a natureza. Existem pontos de soltura específicos para cada tipo de animal. Os peçonhentos, por exemplo, são soltos em locais bem retirados para evitar o risco de acidentes. Raboch comenta que, caso o animal esteja machucado, ele primeiro passa por atendimento com o médico veterinário. Se a recuperação foi rápida, o bicho é solto na cidade, mas se demanda um trabalho maior de recuperação e reintrodução, ele é encaminhado para o Centro de Triagem de Animais Silvestres de Santa Catarina (CETAS-SC).
O que fazer quando encontrar um animal silvestre?
O biólogo explica que a primeira coisa a se fazer é tentar deixar o animal calmo, parado no local onde ele entrou e sem deixar muitas pessoas perto. Além disso, é importante prender os pets (cães, gatos ou outros) para evitar que eles tenham contato com o animal e nenhum deles corre riscos. Ligue o mais rápido possível para os órgãos competentes que atuam no resgate dos animais na sua cidade.
Telefones úteis
Ligue para os órgãos competentes para que o animal seja resgatado de maneira segura e possa voltar ao seu habitat natural. Confira os telefones úteis e de emergência que podem te ajudar:
Polícia Militar – 190
Corpo de Bombeiros – 193
Defesa Civil – 199
Ibama – 0800 061 8080